Abstração Seletiva – Diminuir os detalhes positivos e AUMENTAR os NEGATIVOS.

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Sabe quando uma pessoa só consegue enxergar determinada situação por um ponto de vista e, quase sempre, focada nos aspectos negativos, então, isso se chama abstração seletiva.

A vida é feito de altos e baixos, todo mundo vive assim. Tenho certeza que você nunca vai encontrar uma pessoa 100% resolvida, alegre, feliz, alto-astral, etc. Nós somos assim, vivemos momentos bons e ruins e isso faz parte da experiência humana. No entanto, como mencionado, algumas pessoas parecem só encontrar aspectos negativos da vida ou das circunstâncias e isso pode ser um sinal de que ela não esteja bem.

Identificar a abstração seletiva não significa viver no estilo good vibes rsrs, não é nada disso. Conhecer sobre o tema pode ajudar a reconhecer que às vezes não estamos bem ou que podemos estar olhando os acontecimento de forma distorcidas, deixando de encontrar outras possibilidades de interpretação para a mesma questão.

A Psicoterapia Cognitiva é a ciência que estuda essa abstração seletiva e ela faz isso analisando padrões de pensamentos e seus impactos na saúde mental. Nesse sentido, ela analisa detalhadamente a forma de pensar do ser humano pra ajudar identificar padrões estabelecidos em determinados diagnósticos clínicos.

Segunda a psicoterapia cognitiva, nossa mente funciona a partir de crenças e pensamentos e, esses últimos, se processam também de forma muito rápida (pensamentos automáticos). Assim, eles podem influenciar nossa forma de encarar a vida sem nós percebermos e essa influência se dá pelo que na terapia cognitiva chama de erros de processamento de informação ou comumente é chamado de erro cognitivo. Apesar do termo ser “erro cognitivo“, a ideia não é dizer que a pessoa pensa errado, mas sim, que o processamento cognitivo dela que é inconsciente está fazendo com que esse padrão esteja disfuncional, como nos casos de psicopatologias (ansiedade, pânico, depressão, etc.).

Então, no caso da abstração seletiva, que é padrão de pensamento, é um foco, ela acontece quando a pessoa não reconhece, por exemplo, os aspectos positivos de uma situação. Também a pessoa pode enxergar apenas um lado da moeda e isso ser considerado uma abstração seletiva, ou seja, a interpretação dela encara apenas uma verdade, uma possibilidade de resposta para sua vida. Abstração seletiva é uma seletividade nas situações, portanto, o foco é sempre naquilo que tem representatividade pra pessoa, mas normalmente atribuído ao contexto negativo, dificultoso, com prejuízos, etc.

Emocionalmente quando a pessoa tem muito desse aspecto cognitivo ela se irrita com facilidade ou vive chateada, afinal de contas, ela observa pontos negativos ou complexos de todas as experiências. Além disso, costumam se afastar de outras pessoas porque alguns temas ela já encara com olhar pessimista e isso as impede de conhecer coisas novas, pessoas ou de experimentar o novo.

Imagem de Thomas B. por Pixabay

Pense agora nas relações conjugais, quando um casal entra em conflito por algo que eles estão tendo dificuldade de chegar ao acordo. Se você reparar é comum um deles funcionar muito pautado na abstração seletiva, enxerga a situação por uma lente embaçada. Sabe quando a pessoa fala 10 minutos de coisas interessantes e corretas, mas o companheiro (a) observa apenas aqueles 30 segundos ditos sem uma vírgula, é disso que estou falando. Essa questão limita as possibilidades de entendimento entre eles. Então, a abstração seletiva é um coadjuvante nos conflitos conjugais também e por isso é interessante se observar.

Pra finalizar é importante esclarecer que não reconhecer os aspectos positivos ou viáveis de uma experiência demarca um padrão de pensamento que pode ser bastante difícil pra alguém, porém não se assuste se você se identificou com abstração seletiva ou conhece alguém que usa bastante esse padrão de pensamento, isso é muito comum de acontecer, faz parte de nós, todos em algum momento fazemos isso, a questão é complexa apenas quando tal característica está atrapalhando.

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Maicon Moreira
Maicon Moreira
Psicólogo (CRP 05/54280), Doutorando e Mestre em Psicologia pela UFRRJ e Especialista em Psicoterapia Cognitiva. É leitor autodidata da obra do psiquiatra Carl Gustav Jung. Tem interesse nos seguintes temas: Psicoterapia Cognitiva, Psicologia Analítica, Violência Psicológica, Saúde Mental, Memória Social, e Formação do Masculino. Trabalha como psicoterapeuta utilizando abordagem integrativa em atendimentos Online (videoconferência).

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